quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ares versus Hefesto

Olá leitores compulsivos!
Aqui estou de novo na seção "De Leitor à Escritor". Desta vez vim postar um conto que escrevi quando tava lendo Percy Jackson, inspirado pelo triangulo Ares-Afrodite-Hefesto. Quem leu PJO provavelmente vai gostar, mas quem não leu também pode se divertir. ;)



Apenas mais um encontro às escondidas entre Ares e Afrodite flagrado por Hefesto. Neste conto algumas explicações sobre como o deuses conseguem visitar o mundo mortal e o que acontece se seus corpos forem destruídos.



Classificação: +13
Categorias: Percy Jackson & Os Olimpianos
Personagens: Afrodite, Ares, Hefesto
Gêneros: Fantasia, Universo Alternativo
Capítulos: 1 (930 palavras)
Publicada originalmente: 26/04/2013 no site Nyah! Fanfiction




LEIA ABAIXO:

Londres, Inglaterra. Setembro de 1856.
Para um deus guerreiro, o que mais incomoda no mundo dos mortais é o cheiro.
Ares esperava a amante próximo a uma região em pleno crescimento industrial. O cheiro de fumaça era para ele insuportável. Nascera com os sentidos aguçados, prontos para a batalha. Com o olfato não seria diferente.
“Aquele idiota do Hefesto adoraria esse cheiro”, pensa Ares, já que não raras vezes via o deus das forjas se gloriando devido a Revolução Industrial ter sido iniciada por seus filhos.
Ares era alto e musculoso. Barba rala, cabelo cortado num estilo militar. A expressão feroz tinha algumas cicatrizes, marca das infindáveis batalhas nas quais já lutara. Usava um terno desconfortável. Sentia-se um idiota, parado no meio daquela ponte, mas deveria estar apresentável para Afrodite.
Claro que todos os deuses já sabiam do relacionamento dele e Afrodite, mas a deusa do amor preferia que se encontrassem longe do olhar de Hefesto. Não achava justo trair o marido no próprio Olimpo.
Então uma carruagem puxada por dois belos cavalos brancos se aproxima. Em seu comando, a mulher mais bela de todos. Rosto, sorriso, cabelo, olhos e corpo perfeitos. Era Afrodite, a deusa do amor e da beleza.
Usava um vestido cor-de-rosa típico da época. O cabelo escuro e ondulado solto, os olhos azuis brilhantes. Sorria para Ares. O deus da guerra estende a mão para ajudar a deusa a descer. Beija sua delicada mão, e em seguida sua boca.
– Perfeita como sempre! – afirma Ares.
– Agradecida! Perdoe-me a demora, estava confortando alguns corações magoados. – Os dentes brancos realçavam a perfeição de seu sorriso.
– Amável e caridosa! Claro que a perdoo.
E os dois voltam a se beijar.
É quando um imperceptível robô se aproxima, tinha as dimensões de um mosquito. Era a última e a mais perfeita invenção de espionagem criada por Hefesto. Os minúsculos olhos eram câmeras de longo alcance. As asas, cuja envergadura não chegava a quatro milímetros, eram laminas de prata que se agitavam ao comando do deus das forjas.
Alguns minutos e muitos beijos depois, Ares escuta o som de motor, embora tardiamente. Um avião bimotor pequeno, que anos depois seria utilizado na Primeira Guerra Mundial, voa sobre suas cabeças, disparando centenas de balas, fazendo buracos ao redor dos amantes.
– Fique longe da minha esposa! – gritava Hefesto enquanto o avião dava uma volta para um novo ataque.
– Desça daí e lute feito um homem, maninho! – grita Ares. Além de Hebe, a deusa da juventude, Ares e Hefesto eram os únicos filhos de Zeus e Hera. Os demais filhos de Zeus eram frutos de suas traições. Ares, sendo o mais velho, adorava chamar Hefesto de maninho.
Afrodite gritava, enquanto as metralhadoras do avião disparavam projéteis de bronze sem parar. Até que Hefesto pousa. E sai do avião.
Era tão musculoso quanto Ares, mas pelo menos dois palmos mais baixo. Tinha olhos grandes, saltados para fora das órbitas. O olho direito girava involuntariamente. A barba preta e suja, longa. Os cabelos desgrenhados. Usava uma camisa suja de graxa, calça dobrada até os joelhos. Caminhou mancando até ficar a apenas dois metros dos amantes.
– Achei que nunca fosse me desafiar! – fala Hefesto, com uma expressão de louco.
– Tens certeza? – Ares começa a rir – Não estás com medo? Eu ficaria se fosse você.
– Por favor, não! – pede Afrodite, segurando o amante pelo braço. Ela tentava usar seu dom de persuasão, mas ele não servia em Ares.
– Deixe Afrodite! Hefesto precisa saber o lugar que lhe cabe no Olimpo. O lugar de simples mecânico.
E Ares solta-se, partindo na direção do irmão mais rápido do que os olhos poderiam acompanhar. Deu dois socos rápidos no rosto de Hefesto e um chute na altura do estomago. Ouve-se o inconfundível som de osso quebrando.
– Parem! – grita Afrodite.
Ares se distrai por um instante. Então, escuta um estalo e sente duas balas perfurando o seu corpo. Uma no ombro, outra na altura do umbigo, felizmente, longe do coração.
O coração é o ponto vital dos deuses em sua forma carnal. Caso seja destruído, a carcaça – forma de se referir ao corpo humano que os deuses utilizam para visitar o mundo mortal – seria dissipada. Demoraria anos, talvez décadas para se reconstituir. Por isso, era uma regra estipulada por Zeus que nenhum olimpiano devia destruir a carcaça de outro.
Mesmo ferido, Ares não recuou. Continuou golpeando Hefesto. O deus das forjas raramente acertava um soco, mas consegue golpeá-lo no rosto com o cabo da espingarda. Ares cai no chão. O golpe fora forte. Hefesto estava cansado e machucado, mas acostumado a usar a força, conseguira derrubar o deus da guerra.
Então, Hefesto mira no peito de Ares, e dispara duas vezes. O corpo de Ares começa a se desfazer, enquanto Afrodite cai de joelhos, chorando. A deusa decide voltar ao Olimpo. Abre uma passagem no véu e o transpassa.
O véu é um limite entre o mundo mortal e o Olimpo. Apenas os deuses podem criar aberturas em qualquer lugar, mas isso consome suas forças. Há passagens em determinados lugares que ficam abertas a todo instante, guardadas por soldados dos deuses altamente militarizados que não permitem a passagem de outros seres não divinos, a não ser pelas ordens de Zeus ou de Hera. O líder dos guardiões era Término, o deus das fronteiras.
Enfim, Hefesto olha para o local onde a pouco estava o corpo de Ares, e sorri, com uma expressão vitoriosa no rosto.
– Numa coisa você está certo, irmão. Está na hora de eu saber o meu lugar no Olimpo.

Se quiser ler e comentar no original clique aqui.
Valeu galerinha, depois posto mais fanfics e/ou originais.

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